(foto by Pinterest)
Os treze anos de idade marcaram a pior experiência amorosa da minha vida. Sim, não estou exagerando escrevendo isso, porque pensem comigo, eu disse "eu te amo" para a pessoa, e tudo que eu recebi foi um doloroso "mas você sabe o quê é amor?". Não, claro. A questão é que a existência das minhas poesias começaram ali. As rimas bobas, porém sinceras foram meu alicerce durante taaaaaantos anos que desde então não parei mais de escrever.
Comecei um curso de escrita criativa, afinal, eu seria ( claro) uma escritora best-seller certo? Estruturei o livro dos meus sonhos: tinha a personagem em Nova York, namorando o melhor amigo e tantas outras aventuras malucas. Meu primeiro livro publicado por uma editora sem vergonha, mas pelo menos, eu conheci pessoas maravilhosas ( grupo de poetas no curso) e um marido. Sim, o sonho virou realidade e eu casei com o melhor amigo, mas esse não é o ponto aqui. Eu me desfiz inteira apenas para corresponder as expectativas das pessoas, afinal, uma editora havia me dito "não, você é nova demais para escrever um livro de poesias" e bom, escutei bastante que ninguém comprava livros de poesias. Eu me desfiz inteira para caber num padrão que estava me machucando demais.
Aos meus vinte e noite anos de idade, o meu mundo desmoronou: fiquei desempregada, descobri que minha cachorrinha estava com alguns problemas e bom, meu casamento estava com alguns problemas. A escrita? Se perdeu completamente de mim e eu não sabia o quê fazer para expulsar de mim tudo aquilo que me sufocava. Ansiedade presente, depressão presente. Eu só queria ter uma capa de invisibilidade.
Aos meus trinta anos de idade, a escrita se tornou parte de mim novamente: eu estou escrevendo praticamente todos os dias sobre o que estou sentindo e pensando e desejando. Além disso, estou construindo uma história completamente poética e nunca foi tão difícil, mas nunca foi tão libertador me desprender dos padrões que eu tentei me encaixar. Talvez eu não queira mais publicar nada ( editora, amazon, sei lá), talvez eu me encaixe apenas na poesia e tá tudo bem se não vender nada. Não escrevo para vender, escrevo para sobreviver e liberar todos os sentimentos intrínsecos.
A minha terapeuta uma vez me perguntou " porque você quer tanto escrever uma história e publicar?", e na época eu não sabia a resposta, mas hoje... não quero publicar. Eu só quero que a arte continue me salvando.
Me amando.
Até mais🙂
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